Para construir um ambiente de trabalho saudável, tanto para si quanto para a equipe, é preciso compreender os principais conceitos em saúde mental. E esse foi o desafio proposto pelo curso “Dos Desafios às Potências de Mulheres na Liderança”, realizado na Escola Nacional de Administração Pública (Enap) entre os dias 2 e 6 de setembro.
A busca por conhecimento sobre segurança psicológica no trabalho foi conduzida pela professora Ediane Ribeiro, psicóloga pela Universidade de Brasília (UnB) com formação em psicotraumatologia e mais de 17 anos de experiência como instrutora de treinamento no ambiente corporativo.
“Neste treinamento nós falamos de saúde mental, limites, diversidade e os desafios de ser uma mulher, em especial negra, nessas funções. São questões individuais, organizacionais e sociais que atravessam o exercício da liderança. Discutimos sobre como estar nesses espaços tendo saúde”, explicou a docente.
Durante o curso foram aplicadas metodologias de aprendizagem prático-teóricas, com debates dialogados, exercícios e vivências orientadas para solução de problemas.
“Essa iniciativa tem como objetivo o fortalecimento de lideranças negras e de seu potencial para desafiar e transformar estruturas de poder tradicionalmente excludentes, criando um ambiente mais democrático e transparente”, destacou Alessandra Benedito, vice-presidente de Equidade da Fundação Lemann, instituição apoiadora do curso.
A conclusão desse curso serviu como porta de entrada das discentes para a Rede de Mulheres Negras Líderes, que conta com eventos, cursos, mentorias, mural de talentos e oportunidades de conexão com outras redes de altas lideranças em encontros presenciais ou remotos.
Rede de Mulheres Negras Líderes
As mulheres negras no Brasil formam quase um terço da população, mas ainda estão distantes de ter igual representatividade nos espaços de formulação de políticas públicas, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Em 2024, a criação da Rede de Mulheres Negras Líderes no Setor Público, iniciativa da Enap e do Ministério da Igualdade Racial (MIR), com apoio da Fundação Lemann, busca colaborar com a reversão deste cenário.
As ações de desenvolvimento de lideranças fazem parte dos programas Formação e Iniciativas Feministas (FIF) e Formação de Iniciativas Antirracistas (Fiar). A Rede é voltada para mulheres negras que atuam no Governo Federal em cargos de coordenação ou acima.
O propósito da Rede de Mulheres Negras Líderes no Setor Público é criar vínculos, desenvolver lideranças e fortalecer a atuação integrada para gerar mudança nas políticas públicas e nas condições institucionais, para que mais mulheres negras não só assumam posições de liderança no setor público, como consigam permanecer nesses cargos.
Conectadas em rede, as mulheres:
• Promovem um espaço seguro para que possam compartilhar experiências, desafios e sucesso, fortalecendo sua identidade e autoestima;
• Desenvolvem capacidade de liderança;
• Se reconhecem e cultivam o senso de pertencimento ao setor público;
• Contribuem com o empoderamento, o engajamento e a permanência delas próprias e de outras mulheres em posições de liderança.