A Enap lança, em parceria com a Fundacentro e o Conselho Nacional de Justiça, o desafio sobre saúde mental do trabalhador no serviço público. Espera-se a participação, especialmente, de instituições de pesquisa e ensino, instituições que atuam com saúde mental no ambiente de trabalho, desenvolvedores de softwares para análise de ambiente organizacional, perfil motivacional, startups e indivíduos interessados no tema de dados e saúde mental. Submissão de propostas até 22 de novembro.
A discussão sobre saúde mental no trabalho vem ganhando um grande espaço no âmbito mundial. No setor público, isso não é diferente: muitos casos de adoecimentos mentais podem ser causados por situações no ambiente de trabalho, como assédio, pressão, fadiga e estresse. O desafio que está sendo lançado é como podemos utilizar ferramentas diagnósticas para antecipar os riscos de adoecimento mental dentro do serviço público federal por meio da coleta e análise de dados relacionados à frustração e à desmotivação dos servidores?
Várias instituições têm sido parceiras da Enap na busca de soluções para problemas complexos na administração pública. A utilização de concursos e prêmios tem se mostrado produtiva e eficaz, porque amplia as oportunidades de a sociedade se engajar na solução de problemas difíceis, que não podem ser resolvidos pelos esforços de uma organização em particular.
Pesquisa da OMS avalia impactos da saúde mental no trabalho
Segundo um estudo de 2019 da Organização Mundial da Saúde, 264 milhões de pessoas sofrem depressão e ansiedade no trabalho, o que causa uma perda de US$ 1 trilhão/ano por redução de produtividade na economia mundial. A mesma pesquisa afirma que, para cada US$ 1 investido em ações que promovem melhorias na saúde e bem-estar mental dos colaboradores, quatro dólares são percebidos em ganhos com o aumento da produtividade. Estudos demonstram ainda que as condições do ambiente de trabalho afetam mais o engajamento do servidor do que incentivos financeiros. Vale ressaltar que o adoecimento mental relacionados ao trabalho, entre eles o estresse, a depressão, a síndrome de burnout e os transtornos de ansiedade, estão entre os principais fatores que têm levado muitos servidores a se afastarem do trabalho. O afastamento por transtornos mentais impacta os níveis de produtividade dos servidores, suas equipes e o serviço público como um todo, além de gerar custosas demandas judiciais – que vêm aumentando nos últimos anos.
As causas destes problemas estão relacionadas aos poucos dados coletados hoje sobre este tema e ao fato de serem sigilosos e sensíveis. Poucas pessoas percebem os sintomas de adoecimento mental em si próprias e há uma “naturalização” do estresse e ansiedade.
Engajamento dos servidores e tecnologias para coleta de dados estão no radar do desafio
Ao elaborar uma proposta para submissão os participantes devem considerar o que se espera da solução:
- Pensar em maneiras inovadoras e juridicamente possíveis para coletar dados relativos ao ambiente de trabalho e saúde mental dos servidores e armazená-los de forma centralizada e sistematizada;
- Utilizar ferramentas tecnológicas que permitam diferentes análises dos dados coletados e gerar valor aos diferentes órgãos da Administração Pública ao facilitar a identificação de casos com maior risco de adoecimento mental;
- Pensar em formas de engajar servidores a compartilhar sua percepção do ambiente de trabalho e do clima organizacional, além de ampliar a autopercepção dos servidores sobre sua própria saúde mental;
- Assegurar o sigilo dos dados, bem como o anonimato dos usuários. O acesso deve ser restrito apenas às autoridades competentes para lidar com tais informações como, por exemplo, departamentos de gestão de pessoas.
Participantes conhecerão experiências brasileiras e internacionais
Para participar do desafio o proponente deve submeter sua ideia de solução inovadora até o dia 22 de novembro de 2020, no formulário disponível na plataforma Desafios (gov.br/desafios). Os requisitos sobre as informações que devem ser incluídas estão no edital do desafio. Até lá, os interessados terão seis oportunidades para receber informações valiosas sobre o problema que aguarda solução, sobre sistemas, dados e indicadores, experiências brasileiras e internacionais.
Veja as etapas essenciais do desafio em saúde mental e salve as datas:
- 13 de novembro – 18h30 – live do proponente
- 16 de novembro – 18h30 - live sobre o problema
- 17 de novembro – 18h30 – live sobre detecção de riscos à saúde mental no serviço público – experiências brasileiras
- 18 de novembro – 18h30 – live sobre detecção de riscos à saúde mental no serviço público – experiências brasileiras
- 19 de novembro – 14h30 – live sobre detecção de riscos à saúde mental no serviço público – experiências internacionais
- 19 de novembro – 18h30 – live sobre sistemas, dados e indicadores
- 20 de novembro - 18h30 - live tira-dúvidas sobre submissão
- 22 de novembro – encerramento da fase de submissão de propostas
- Até 1º de dezembro – divulgação do resultado da primeira fase do desafio
- 10 de dezembro – encerramento do prazo de recebimento dos protótipos
- Até 23 de dezembro – publicação do resultado final.
Classificação e premiação
Serão consideradas classificadas para a segunda fase as cinco propostas de soluções que obtiverem as maiores pontuações na primeira fase.
Os proponentes dos três protótipos que obtiverem melhor pontuação na segunda fase receberão a seguinte premiação:.
- Primeiro colocado: R$ 50 mil reais
- Segundo colocado: R$ 30 mil reais
- Terceiro colocado: R$ 20 mil reais.
Acompanhe todas as informações no site gov.br/desafios.
E confira a matéria publicada pela Fundacentro sobre a jornada.