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Lançamento é feito em parceria com 011.Lab; agenda de inovação é estratégica e responde aos desafios do Estado de fornecer novos desenhos e soluções

Do nascimento e infância, passando pela adolescência até atingir a adultez e maturidade. É com esse ciclo de vida que o Gnova lançou em parceria com o 011.Lab, laboratório de inovação de São Paulo (SP),  no último dia 12 de agosto, o livro Ciclos de vida dos laboratórios de Inovação, que explica como nascem, crescem e morrem os laboratórios de inovação pública. 

O lançamento foi feito no canal da Enap no Youtube integra uma série de atividades comemorativas aos 4 anos do Gnova, laboratório de inovação da Enap, e contou com a presença dos autores e de um público atento e curioso, que faz parte do ecossistema de inovação em governo.

Marizaura Camões, coordenadora do GNova, o laboratório da Enap, esclareceu que a sementinha do livro foi lançada durante a Semana da Inovação 2019 e em um grande encontro com mais de 40 laboratórios, com a presença de vários países, coordenado pelo GNova e pelo 011.Lab. Muitos coletivos, oficinas e reuniões foram realizadas com iniciantes e experientes em laboratórios de inovação ao longo do tempo, trabalho que finalizou com a publicação do livro.

Ao saudar os participantes, Bruna Santos, a nova diretora do GNova, afirmou que é difícil não falar do contexto em um ano que tem pandemia no repertório. Ela aproveitou para informar que a Semana de Inovação da Enap será de 16 a 19 de novembro, e que o evento abordará “o quanto esse momento histórico nos trouxe a necessidade de revisitar certos falsos paradoxos, inclusive quanto à inovação. A gente está forçado a se deslocar da resposta de curto prazo e construir o mesmo tempo um governo mais ágil e mais adptável e que consiga pensar no longo prazo.  Precisamos encontrar um caminho do meio. Nada melhor que a inovação e experimentação para vencermos essas falsas polaridades”, afirmou

Na abertura do evento, Diogo Costa, presidente da Enap, disse que a Escola abraça a agenda de inovação principalmente porque o GNova retribui o abraço. Ele avalia que o laboratório da Enap tem sido referência em função da complexidade do Estado e da necessidade de soluções que apresentem novos desenhos. “Temos necessidade de conscientizar outros órgãos que precisamos não só de melhorias incrementais, mas de inovações mais radicais, com experimentação, honestidade com as falhas e capacidade de melhorar nossos processos”, afirmou. Ele entende que agilidade é outro atributo essencial, especialmente no período da pandemia. Recentemente, a Enap realizou o Desafios-Covid19 (600 iniciativas inscritas), Hackaton e o Cátedras Fast Track, além de estar publicando os artigos da Revista do Serviço Público em tempo real.  Ele avalia que o benefício marginal de ser ágil aumentou durante a pandemia.

Veja aqui o vídeo completo do evento.

 

Fases da vida de um ciclo de laboratório de inovação

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Fonte: Retirado do livro “Ciclos de vida de laboratórios de inovação pública, lançado pela Enap e  011.Lab

Livro tem quatro autores e reflexões de muitas equipes

Caio Werneck, Elisabete Ferrarezi, Isabella Brandalise, Lucas Vaqueiro e Manuel Bonduki são os autores do livro. Veja o que eles falaram sobre sua experiência com a preparação da publicação. Eles esclareceram que o objetivo não foi de classificar os laboratórios, nem fornecer receita sobre como eles devem ser. Buscaram explorar seus desafios ao longo da jornada.

No nascimento e infância, os laboratórios vivem momentos e abertura de grandes possibilidades, sonhos e demandam cuidados especiais. Estão descobrindo o mundo, falando as primeiras palavras e trazem algo novo, com o objetivo de romper com status quo. Nessa fase, precisam dos pais para existir, ao tempo que começam a conquistar sua autonomia. Aqui os desafios são de criar capacidades institucionais e explorar ao que vieram. E tem a expectativa dos patrocinadores, que querem resultados de forma rápida. Cobranças podem acontecer e surge o problema do tempo político e o tempo do laboratório. A experimentação e exploração são necessárias. Os laboratórios conquistam e são aceitos pelos servidores da instituição; ao mesmo tempo, têm papel de agentes de transformação no ambiente organizacional. “O laboratório precisa ser pensado como um cavalinho, que fica de pé nas primeiras horas depois do seu nascimento”. Como isso ressoa para os laboratórios? Realizam seus primeiros projetos, conquistam confiança junto aos dirigentes, servidores e às equipes parceiras. Começa a se delinear uma identidade própria, que ajuda a desenvolver as primeiras fases com relativa autonomia.

A próxima fase, adolescência, é um tempo de desenvolvimento tanto para pessoas quanto para laboratório. Surgem muitas perguntas, descobertas, turbulências e instabilidade. Amizades (parcerias) e crises de identidade, rebeldia e inquietação. Na exploração realizada pelos autores, os laboratórios trouxeram dificuldades para se verem  como  adultos, maduros. Poderia ser similar à crise da adolescência, que representaria uma atitude que permeia as fases. Tal como adolescentes que fazem esforço para pertencer a determinados grupos, os laboratórios também se esforçam para obter apoio dos servidores. Começam a fazer escolhas próprias, tendem a se diferenciar dos pais, que exigem resultados mais frequentes e rigorosos. O laboratório passa a estruturar melhor seus processos, constrói um portfólio de projetos, aprofunda-se na metodologia, começa a delimitar sua agenda e começa a dizer não. Passa a se diferenciar dos pais. Essa foi a fase com a qual os participantes do estudo mais se identificaram. Energia, instabilidade, atividade de experimentação. Como o laboratório pode amadurecer sem perder esse espírito de questionador da adolescência?

Adultez/Maturidade: É tempo de discutir a avaliação da trajetória, o legado e a longevidade. É preciso humildade experimental, renovação, autodefinição, experimentação. Absorver os aprendizados e seguir. Na adultez se atinge equilíbrio, mais consciência das responsabilidades. Não se sente mais um ser incompreendido, concilia e passa a se enxergar como uma instituição pública que tem papel a cumprir na gestão e estrutura organizacional. Uma das características mais importantes da vida adulta é perspectiva de longo prazo,  consciência das responsabilidades, suas fraquezas e fortalezas. Surgem novas crises. Fazem-se perguntas profundas, afastam-se dos métodos e querem refletir sobre o propósito e alcance do seu trabalho. Resultados, valor público, o que precisa mudar?

Com esse equilíbrio os participantes colocaram receios de que o laboratório diminuiria seu desejo de experimentação. Como manter o desejo do novo e manter relevância?  Época de cuidar da documentação do trabalho, o registro, a avaliação, o aprendizado, das avaliações periódicas. É consolidado um legado para a equipe do laboratório e para o ecossistema. Vai garantir que se o laboratório porventura deixar de existir, esse aprendizado não se perca. Tempo de comunicar o que o laboratório faz e traz de diferente. Se chegou na adultez significa que foi bem sucedido. A adultez carrega em si todas as outras fases. A criança tem que estar presente no laboratório adulto. Isso junto com legado traz uma energia de renovação. É útil para identificar padrões e desafios que permeiam toda essa fase.

Sobre o livro

Ciclos de vida dos laboratórios de Inovação

Autores: Caio Werneck, Elisabete Ferrarezi, Isabella Brandalise, Lucas Vaqueiro e Manuel Bonduki

Apresentação: Guilherme Alberto Almeida de Almeida e Vítor Cipriano de Fazio

Prefácio: Eduardo Stazsowski

88 páginas – publicado em 2020

Acesse a publicação no Repositório da Enap

 

Sobre os laboratórios de inovação em governo

““Os labs são muitas coisas, mas em geral dá para dizer que se trata de equipes dedicadas a experimentar e testar formas diferentes de fazer as coisas no governo. E esse modo de fazer geralmente envolve cocriação (fazer junto, seja com colegas, seja com quem vai usar aquele serviço), agilidade (um conjunto de práticas comum para o pessoal de tecnologia, mas com adeptos fora desse grupo), foco no cidadão e na cidadã (porque, afinal, é para eles que estamos aqui), entre outras coisas.”

(Do livro “Ciclos de vida dos laboratórios de Inovação”).