A palestra “O papel da comunicação na decolonização do olhar”, na Biblioteca Graciliano Ramos, foi o marco de abertura das atividades do curso “Gênero e Raça nas comunicações públicas”, realizado neste mês pela Escola Nacional de Administração Pública (Enap). O debate foi conduzido por Rosane Borges, jornalista, doutora em Ciências da Comunicação e professora colaboradora do Colabor (ECA-USP).
O objetivo da qualificação foi sensibilizar os participantes a exercerem uma comunicação com perspectiva de gênero e raça, a partir de uma abordagem interseccional. Durante o curso, as atividades estimularam a análise crítica das comunicações públicas a partir da produção de conteúdo e materiais que contemplem a diversidade e a inclusão.
“Quando a gente vai juntando tudo, a gente vê que falar em imagem, decolonização do olhar, em racismo na mídia, na comunicação pública, nas políticas públicas, isso pode dizer muito sobre o nosso país. Que país é esse? Que Brasil é esse?”, questionou a docente Rosane Borges, ao convidar os alunos a refletirem sobre o tema.
Durante a abertura do debate, Iara Alves, diretora de Educação Executiva da Enap, celebrou a pluralidade da plateia presente. “É muito importante que a gente consiga chegar em todas as pessoas. Estou muito feliz com a representatividade que a gente tem conseguido nos nossos cursos”, declarou.
Participaram do curso, realizado entre os dias 4 e 6 de setembro presencialmente na sede da Enap, em Brasília, servidoras e servidores públicos de diferentes órgãos federais.
A aula faz parte do programa Fronteiras e Tendências - Novos Rumos, que tem o propósito de trazer debates atuais e perspectivas inovadoras sobre temas de fronteira. O formato de palestra e debate convida os participantes a uma discussão aprofundada sobre os temas, incentivando a troca de conhecimento e a interação para perguntas e comentários.
Sobre o curso
O curso “Gênero e Raça nas comunicações públicas”, ministrado por Maíra Kubik Taveira Mano, professora da Universidade Federal da Bahia (UFBA), e Ana Claudia Silva Mielke, jornalista e coordenadora executiva do Intervozes - Coletivo Brasil de Comunicação Social, trouxe aos participantes um olhar crítico sobre as práticas cotidianas que atravessam a comunicação pública.
O cronograma contou com aulas expositivas-dialogadas, com exposição de conteúdo e participação ativa dos estudantes a partir de estímulos oferecidos pelas docentes, como: exibição de vídeos; análise de imagens; pergunta-disparadora; discussão em grupos, e exercícios.
Alguns dos temas abordados durante a qualificação foram os desafios contemporâneos relativos à infodemia e à desinformação, a construção de uma comunicação que respeite as diversidades e os principais conceitos e embates atuais que envolvem racismo e comunicação.