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Alunos falam da jornada; aulas encerraram dia 6/11

As sementes germinaram e os frutos já aparecem. A turma pioneira do Coding Bootcamp, curso de programação para não programadores no serviço público, apresentou os projetos desenvolvidos em uma transmissão ao vivo aberta no youtube da Enap.

Como etapa necessária para concluir o primeiro módulo do curso e para colocar em prática tudo o que aprenderam, os alunos trabalharam em equipe na criação, montagem, programação e implementação online de um projeto de aplicação original voltado para a resolução de um problema no serviço público. Os projetos têm caráter pedagógico e não têm necessariamente vinculação com órgãos públicos do governo federal.

Os 39 alunos tiveram 10 dias para criar aplicativos do “zero”. Dentre as iniciativas estão a Carteira de Vacinação Digital e o Brasileirês, uma iniciativa de uso de linguagem simples no portal único Gov.Br. Assista às apresentações e confira os projetos apresentados. 

A teoria vira prática no processo criativo

Na abertura da apresentação, Rodrigo Torres, diretor de Educação Executiva da Enap, dirigiu-se aos alunos lembrando o primeiro dia de curso, quando a turma, ainda tímida, não fazia perguntas. E que, na imersão diária, formou-se uma turma. “Encontrando-se diariamente, tenho certeza que vocês têm muita história para contar.  Conseguimos ver materializado o desejo de vocês: a proposição de soluções para problemas públicos”. Rodrigo destacou o empenho da Le Wagon (plataforma contratada com certificações internacionais) para conduzir o Bootcamp, que adaptou o curso às demandas do setor público. 

“A gente faz muita transformação governamental, mas este foi um dos projetos mais ousados da Enap na transformação individual de cada um de vocês” constatou Diogo Costa, presidente da Escola. Ele disse que aprender uma linguagem de programação é também uma forma de entender problemas e pensar em soluções. Ele desejou que os alunos levem o aprendizado para os problemas reais que vivem e consigam aplicar as novas ferramentas e conhecimentos para transformações de alto impacto no setor público. 

Alunos falam da jornada

Lourdes Costa é do Superior Tribunal de Justiça (STJ), lotada em Brasília (DF). Com formação em design e publicidade, ela explica que a programação, primeira parte do curso, foi rica, com muito conteúdo e metodologia focada em exercícios práticos. “A equipe de tutores é excelente, e isso nos ajudava a superar dificuldades e mergulhar no universo da programação de dados”, afirma. 

Sua equipe apresentou como projeto final a Carteira de Vacinação Digital. Dada sua formação, Lourdes trabalhou mais no front end, ou seja, no layout das páginas, mas acompanhou toda a construção do aplicativo. “A parte muito bacana foi estudar a jornada do usuário, que norteia todo desenvolvimento do projeto”, diz Lourdes. 

Para Fábio Bruni, especialista em Políticas Públicas e Gestão Governamental que atua na Secretaria de Governo Digital do Ministério da Economia, foi uma descoberta desde o início. “Eu não conhecia nada de programação”. Fábio relata a experiência do primeiro módulo, ofertado pela Le Wagon.  É muito interessante, com uma superestrutura de apoio, uma plataforma incrível, vários professores assistentes e masters e muito material bom. Você vai progredindo dentro da plataforma”. 

A equipe de Fábio apresentou o projeto Brasileirês, que pretende simplificar a linguagem utilizada dentro do portal Gov.br. E falou sobre o segundo módulo, com foco em ciência de dados e inteligência artificial, quando outras linguagens são colocadas na mesa com suas respectivas bibliotecas. “Este módulo é adaptado para manipulação de grandes bases de dados, tratamento estatístico e plotagem de gráficos em cima dessas bases. São conteúdos fundamentais para as novas habilidades que estão sendo exigidas nesses novos tempos. Recomendo a todos servidores que tiverem oportunidade que se inscrevam nas próximas turmas”, afirma Fábio.

Eduardo Dantas é servidor da Receita Federal do Brasil, lotado na Delegacia de Fortaleza (CE). A equipe integrada por ele apresentou o projeto final chamado Classificação Indicativa, que tem o objetivo de ajudar pais e guardiões a se orientarem sobre as classificações indicativas de filmes e jogos para seus filhos. Para Eduardo, a experiência foi extremamente desafiadora e a quantidade de informações acessada no treinamento foi imensa. “As capacidades agregadas foram se tornando mais evidentes a cada etapa vencida, gerando o sentimento de que cumprimos o dever de atender  à necessidade permanente do Estado pela qualificação de seus servidores. Agradeço à Enap pela coragem em promover o treinamento”.

Conheça os projetos desenvolvidos pela turma 

  • Carteira de vacinação digital – sempre em dia com a saúde

A carteira de vacinação em papel sofre degradação e perda do material. Falta de registro dos dados de vacinação individual no sistema público de saúde. 

Solução: projeto e modelagem de dados; definição e implementação de classes (framework Rails); construção da Interface; testes e alterações. Projeto que atende à população e sistema público de saúde.

Servidores: Marcio Colazingari, Maique Agnes, Lourdes Costa, Guilherme Pelusi 

  • Jurídico 4.0 – conectamos gestores e advogados públicos

Site para gestores públicos para resolver o problema de baixa disponibilidade e interação para esclarecimentos e dúvidas; pareceres muito longos, com muito juridiquês e não conclusivos.O site organiza o assessoramento jurídico por meio de gestão de tickets e com canal de avaliação de pareceres. 

Servidores: Eduardo Watanabe, Thiago Barros, Diogo Martins de Sá, Pedro Sampaio

  • Small Towns – Lei Geral de Proteção de Dados 

Plataforma para pequenos municípios, cujas prefeituras têm escassez de recursos para conseguirem se adequar à LGPD. A plataforma verifica o grau de maturidade da adequação à Lei.

Servidores: Hugo Santos, Tanise Bussmann, Victor Cannavale

  • Brasileirês – mais clareza, mais cidadania. Simples assim

Duas faces de uma mesma dor: cidadãos têm dificuldades de entender a linguagem burocrática e burocratas têm dificuldades de escrever de forma simples. A solução ajuda os cerca de 800 redatores de serviços públicos do portal gov.br com ferramenta de crowdsorcing para a revisão colaborativa de textos; geração do léxico da política pública a partir das interações dos cidadãos. 

Servidores: Fabio Bruni, Marcos Flores, Adilson Carvalho, Felipe Batista Cavalcanti

  • Onde estão meus dados de saúde?

Não sei onde estão, quem gerencia e quem tem acesso aos meus dados de saúde. Voltado para usuários de serviços de saúde, é um cadastro simples de informações sobre sistemas de saúde (gestão, classificação e compartilhamento de dados de saúde). 

Servidores: Gabriela Neves, Rafael Giacomin, Marcos Camara, Fabiana Silva

  • Classificação Indicativa App

O aplicativo tem o objetivo de ajudar pais e guardiões legais a fiscalizarem se as salas de cinema respeitam as classificações indicativas de idade. Trata-se de banco de dados com classificação indicativa feita a partir de fotos dos pôsteres. 

Servidores: Antônio Dantas, Flávio Trindade, Eduardo Dantas, Leandro Galvão

  • Busque – sistema de cadastro de passageiros

Sistema de cadastramento de informações sobre passageiros e busca automática acerca de restrições criminais e suspeitas. Voltado para empresas de transporte coletivo rodoviário de passageiros e órgãos de fiscalização.

Servidores: Vinicius Viegas, Umberto Albrecht, Ricardo Marques Massa Khodr

  • Consulta especializada ao licenciamento ambiental – encontre o conjunto de normas atualizadas para o processo de licenciamento ambiental do seu projeto de infraestrutura. 

Voltado para projetistas de infraestrutura pública e energia.

Servidores: Leandro Sousa, Vitor Santana, Alexandre Pereira, Bruno Noberto

  • eK-9 – Gestão das atividades de cão de faro

Sistema para atender ao Centro Nacional de Cães de Faro e equipes.

As equipes enfrentam o problema de enviar dados mensalmente com consolidação manual. 

Servidores: Luiz Salvalagio, Rafael Costa, Raissa Santana, João Amaro Dias

  • Tradeflora - Programa de reflorestamento

Muito do desflorestamento causado por trabalhos de infraestrutura não é compensado pela dificuldade em acessar áreas passíveis de serem reflorestadas. A plataforma criada mapeia as áreas disponíveis para compensação florestal e as torna disponíveis a interessados. Atende empreendedores em infraestrutura, agências governamentais e proprietários rurais.

Servidores: Wátila Machado, Tiago Simões, Luis Felipe Cavalcanti, Otoniel Gomes Filho

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