“A única coisa que sei é que os servidores públicos, em 2040 ou 2050, precisarão de habilidades para se reinventar, retreinar e se adaptar a situações e problemas totalmente desconhecidos”. Esta foi uma das falas do filósofo, historiador e escritor Yuval Harari, que fez a palestra de encerramento da 5ª Semana da Inovação, realizada de 4 a 7 de novembro, em Brasília.
De muitas formas, reinvenção, enfrentamento de problemas complexos e o serviço público do futuro foram temas recorrentes durante a Semana, promovida pela Enap em parceria com o Ministério da Economia, Flacso e Tribunal de Contas da União.
Com a alegria e irreverência do grupo teatral "Os Melhores do Mundo" como mestres-cerimônias, foram recebidos mais de 1.500 participantes, oriundos de regiões de todo o país. Já na abertura do evento, realizado no Instituto Serzedelo Correa - ISC, os representantes das instituições parceiras manifestavam suas expectativas sobre a necessidade de "pensar fora da caixa", questionar velhas premissas e antecipar-se ao futuro.
Apesar dos temas, às vezes densos - afinal a responsabilidade de fazer a diferença na entrega de serviços sob medida à população não é trivial -, o clima geral foi de leveza, interação e compartilhamento. Como disse Harari na conferência magistral de encerramento da 5ª Semana de Inovação, é preciso valorizar-se localmente e articular-se globalmente.
Vários países trouxeram suas experiências com programas inovadores. Dinamarca e Estônia apresentaram seus resultados e surpreenderam grande parte do público ao relatarem que o cidadão desses países tem que informar somente uma única vez seus dados ao governo, precisando apenas atualizá-los ao longo da vida. Por sua vez, Canadá e Reino Unido tiveram uma abordagem mais holística e comportamental. Valorizar o conhecimento de base na hierarquia, a riqueza de equipes cognitivamente diversas e a saúde organizacional influenciam na entrega de valor. Já o vizinho Uruguai trouxe suas experiências em compras públicas, enquanto a distante Escócia tornou-se bem próxima, falando da criação de redes, da necessidade do design inclusivo na área de governo, além da abertura para trabalhos beta. Ou seja, nada está pronto: as coisas, os produtos e os serviços vão sendo aperfeiçoados e o profissional está sempre se atualizando.
Tendências da experiência do usuário também tiveram lugar em oficinas e palestras. Muito se falou sobre a linguagem de governo e como os textos e falas incompreensíveis fazem mal à cidadania e à interação com os cidadãos. Houve também uma série de “Momentos Holofote”, jogando luz sobre as iniciativas inovadoras no setor público brasileiro: muitas que acertaram, outras que não deram tão certo assim, mas que levaram ao aprendizado sobre como não fazer ou como fazer melhor.
As oficinas foram um capítulo à parte: processamento de linguagem natural, segurança da informação, armazenamento de dados, inteligência artificial, nova Lei de Proteção de Dados e outros tantos temas interessantes foram amplamente discutidos.
Os conteúdos são tantos que não cabem em uma simples matéria. Em breve a Enap disponibilizará os vídeos e apresentações no site da 5ª Semana de Inovação.
E ano que vem tem mais! A 6ª Semana de Inovação acontecerá entre os dias 16 e 19 de novembro de 2020, com a apresentação de novas experiências inovadoras, frutos desses quatro dias incríveis de imersão.
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