Foto: Ana Paula Fornari Benvegnu/Ascom-Enap
A Escola Nacional de Administração Pública (Enap) foi palco para o lançamento do sistema ClimaAdapt, plataforma que indica as áreas mais vulneráveis aos efeitos das mudanças climáticas a partir da sobreposição de mapas e cruzamento de dados de políticas públicas. Desenvolvida pelo Ministério da Integração e Desenvolvimento Regional (MIDR) e Microsoft, a ferramenta ajudará o governo brasileiro a compreender o impacto de políticas públicas de gestão de risco, de adaptação e a cumprir os compromissos globais relacionados ao meio ambiente. O sistema é totalmente gratuito e já está disponível para gestores públicos, pesquisadores e sociedade.
A apresentação aconteceu na última segunda-feira (03/04) na sede da Escola em Brasília na presença de autoridades do governo federal como o ministro do MIDR, Wáldez Góes, a secretária nacional de Mudanças do Clima do Ministério do Meio Ambiente, Ana Toni, a secretária de Políticas e Programas Estratégicos do ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, Márcia Cristina Barbosa e o secretário de Governo Digital do Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos, Rogério Mascarenhas. Na oportunidade foi assinado um acordo de cooperação para cessão de uso da plataforma entre a Microsoft e o MIDR.
Ao abrir o evento, a presidenta da Enap, Betânia Lemos, destacou a importância de reunir diversos agentes públicos e privados para desenvolver ações que mitiguem os prejuízos materiais e humanos decorrentes dos eventos climáticos extremos.
“ A união de forças no governo e no setor privado é fundamental para resolver um problema tão complexo quanto a adaptação climática está nos causando. A plataforma vai contribuir muito para encontrarmos soluções inovadoras que é o caminho que temos em defesa do meio ambiente. Que os bons ventos soprem a favor da plataforma”, disse a presidenta da Escola.
Para o ministro da Integração e do Desenvolvimento Regional, Waldez Góes, é preciso entender a vulnerabilidade às mudanças do clima para compreender melhor os riscos que a população está exposta quando há ocorrência de chuvas extremas, depressões tropicais, ciclones extratropicais, secas e outros eventos. E, assim, desenvolver uma resiliência climática. “Essa compreensão ajuda a nos adaptarmos às mudanças no clima, que já estão acontecendo e sendo recorrentes. Ajuda, também, a direcionar melhor os recursos públicos e as ações e programas no sentido de prevenir e mitigar os impactos extremos dessas alterações”, completou.
A união de diversos atores para enfrentar os eventos extremos também foi destacada pela secretária nacional de Mudanças do Clima do MMA, Ana Toni. “O tema está em todos os ministérios. É transversal e de responsabilidade de todos. Estamos vivendo uma emergência climática e os dados mostram isso. Nossa missão é preservar a vida das pessoas. Ainda temos uma chance de deixar o planeta razoavelmente adaptável e essa janela de oportunidade está se fechando. A tecnologia vem para nos ajudar, mas temos de dar um passo além com mudanças de hábitos”, explicou.
As características e as possibilidades de utilização do sistema Clima Adapt foram apresentadas pelo diretor de Parcerias com o Setor Privado substituto do MIDR, Paulo Toledo, que destacou a importância do sistema para estados e municípios. “Os entes federados poderão identificar as regiões mais vulneráveis e agir com ações preventivas para salvar vidas e, ainda, usar as informações para acessar fundos de financiamento internacionais. São indicadores para tomada de decisões a partir de mapas de geomorfologia, hidrográficos, agrícolas, IDH, PIB pluviometria, rodovias e costa do mar (elevação de nível), entre outros”, explicou.
Parceira no desenvolvimento da plataforma, a presidente da Microsoft do Brasil, Tânia Cosentino, ressaltou que a tecnologia é capaz de resolver equações e contribuir para a preservação e recuperação ambiental. “Temos de atuar agora para preservar nosso planeta, preservando o meio ambiente e acelerando o crescimento econômico do país. É preciso cooperar (setores público e privado) para garantir melhor qualidade de vida para a população que vive em áreas de risco”, disse Tânia Cosentino.
Também presente ao evento, o secretário de Gestão Digital do MGI, Rogério Mascarenhas, disse que iniciativas consistentes como o Clima Adapt diante mostram “uma luz no fim do túnel" diante do enorme desafio ambiental e climático.