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Evento contou com participação do renomado economista José Alexandre Scheinkman, professor das universidades de Columbia e Princeton

Na cerimônia de anúncio dos vencedores da 27ª edição do Prêmio Tesouro Nacional, realizada nesta quinta-feira (8), foram anunciados os vencedores das categorias “artigos”, “soluções” e os participantes que receberam menções honrosas (confira lista abaixo). O evento também foi marcado pela presença de autoridades e especialistas - como o ministro da Economia, Paulo Guedes, o secretário do Tesouro Nacional, Paulo Valle, o secretário especial de Tesouro, Júlio Alexandre, o representante do BID no Brasil, Morgan Doyle e o professor Paulo Mota, da FGV. 

Na categoria artigos foram premiados os autores dos três melhores trabalhos, que receberão R$25 mil, R$12.5mil e R$7,5 mil, respectivamente. Os vencedores e as menções honrosas também receberão certificado de participação e terão seus trabalhos publicados em edição especial da Revista Cadernos de Finanças Públicas, do Tesouro Nacional. Promovido pela Secretaria do Tesouro Nacional, com patrocínio da FGV e apoio do BID e da Enap, o Prêmio Tesouro Nacional tem a finalidade de expandir as fronteiras do conhecimento em finanças públicas e aprimorar a gestão das finanças do Estado.

De acordo com Guedes, a teoria econômica funciona mesmo em situações de profunda incerteza e o Brasil tem sido um exemplo disso. “Puxamos os precatórios para abaixo do teto, criamos uma moeda de privatização e a reforma que fizemos nos marcos regulatórios resultou em 170 bilhões de outorgas, garantindo ainda 978 bilhões de investimentos futuros”, comemorou o ministro.

“Quero agradecer todas as pessoas que estiveram envolvidas no prêmio e a todos os participantes, em especial os membros da comissão julgadora e aos vencedores”, disse Camila Medeiros, diretora de Inovação da Enap. Durante sua fala, ela ressaltou os desafios de produzir um texto relevante, original, inovador, que contribua com temas emergentes. E lembrou ainda que o Prêmio SOF, na área de orçamento público, está com inscrições abertas até 30 de dezembro.

Premiados

Categoria: Artigos

1° lugar

Regras fiscais em diferentes cenários econômicos: uma análise de choques contracionistas sobre as contas públicas

Wellington Charles Lacerda Nobrega, Cássio da Nóbrega Besarria e Diego Pitta de Jesus

2° lugar

Como Deflacionar a Arrecadação Federal? Uma Proposta de um Índice de Preços para os Tributos

Hébrida Verardo Moreira Fam, Fausto José Araujo Vieira, Rogério Mazali e Elder Linton Alves e Araújo

3º lugar

Contas Nacionais de Transferência: o equilíbrio fiscal da economia geracional brasileira

Charles Henrique Correa 

Menção honrosa 1

Os Critérios de Distribuição do Fundo de Participação dos Municípios (FPM-Interior) e suas Implicações no Desenvolvimento Socioeconômico dos Municípios Brasileiros

Clarice Pereira de Paiva Ribeiro e Luiz Antonio Abrantes

Menção honrosa 2

Acesso à Crédito e Qualidade do Gasto: evidência dos municípios brasileiros

Renata Motta Café

Categoria: Soluções

1° lugar

Panorama do Legislativo Municipal

Florian Augusto de Abreu Coutinho Madruga, Gabriele Lima Gomes, Hugo Bartolomeu Ferreira e Danilo Freire Holanda de Paiva

2º lugar

Painel do relacionamento financeiro entre as estatais federais e a União

Douglas Marcelino dos Santos

 

Brasil como uma potência verde

Celebrando mais um Prêmio Tesouro Nacional, o convidado ilustre da cerimônia de premiação dos vencedores da edição deste ano, o economista José Alexandre Scheinkman, professor das universidades de Columbia e Princeton, nos Estados Unidos, resumiu no evento da STN um conjunto de pesquisas que tem conduzido nos últimos anos na área de economia verde.

Scheinkman avalia que o Brasil tem uma das matrizes mais limpas de geração de energia, e melhor que a média mundial. Em contrapartida, argumentou que o desmatamento quase que dobra as emissões, visto que nos últimos 50 anos foram desmatados 80 milhões de hectares na Amazônia. Na região, 25% do território está abandonado ou com criação de gado, que tem baixa produtividade.

Sobre o mercado de carbono, Scheinkman avalia que existe mercado privado de pagamento por proteção ou reflorestamento. “Funcionaria melhor se os governos se envolvessem. Há países que já emitiram títulos de tesouro com taxa de juros ex-pos ligada a metas de emissões. No curto prazo, o reflorestamento de florestas tropicais é um dos melhores candidatos para limitar o aquecimento global”, afirmou.

Entre as saídas apontadas pelo economista, é necessário investir em conhecimento da Amazônia, criar estrutura de pesquisa em biotecnologia, o que depende de investimentos do governo nesta área. Ele afirma que “é hora das empresas brasileiras começarem a investir nestas pesquisas, além de mudar a legislação para diminuir a burocracia e custos absurdos que pesquisadores enfrentam hoje no país”. Citou também a importância da parceria com associações,  centros de pesquisa dentro do Brasil e com instituições estrangeiras.

“A matriz energética limpa do Brasil deve atrair investimentos quando consumidores e investidores se preocupam cada vez mais com as consequências climáticas”, disse Scheinkman. E os produtos naturais têm que ser beneficiados na Amazônia e exportados para o mundo inteiro, pois o país tem capacidade técnica e há grandes empresas no Brasil nesta área.

Para assistir a cerimônia completa, acesse: 

https://www.youtube.com/watch?v=XzExp3pbqLA