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A iniciativa de desenvolvimento de lideranças faz parte dos programas FIF e Fiar, e é voltada para mulheres negras que atuam em cargos de tomadas de decisão

As mulheres negras (pretas e pardas) no Brasil formam quase um terço da população, mas ainda estão distantes de ter igual representatividade nos espaços de formulação de políticas públicas, segundo dados do IBGE. Com o propósito de contribuir para a reversão dessa realidade, acaba de ser lançada a Rede de Mulheres Negras Líderes no Setor Público. As atividades tiveram início nesta quinta-feira (28), com encontro que contou com a inscrição de mais de 250 mulheres e já delimitou diretrizes de atuação para 2024.

A iniciativa é da Escola Nacional de Administração Pública do Governo Federal (Enap) e do Ministério da Igualdade Racial (MIR), com apoio da Fundação Lemann. As ações de desenvolvimento de lideranças fazem parte dos programas Formação e Iniciativas Feministas (FIF) e Formação de Iniciativas Antirracistas (Fiar), e é voltada para mulheres negras que atuam no Governo Federal em cargos de coordenação ou acima.

A presidenta substituta da Enap, Nathália Teles, reforçou que o tema de igualdade de gênero e raça está dentro das pautas prioritárias da Escola.  Ela também ressaltou a simbologia do lançamento da Rede no mês da luta das mulheres por igualdade e também pela eliminação da discriminação racial. “Estamos muito focadas na implementação de mudanças reais e acreditamos que a presença de lideranças negras, em especial de mulheres negras, que é o grupo mais sub-representado nas chefias e nos altos cargos, é o que de fato vai promover a mudança que precisamos em diversos níveis”, diz.

A professora e coordenadora-geral de Avaliação de Políticas do MIR e a coordenadora sênior de Relações Governamentais da Fundação Lemann, Jaqueline Pina, também estiveram presentes na abertura do lançamento.  

O evento de lançamento contou com a palestra da psicóloga e mestre em psicologia, Mafoane Odara, com o tema “O que não nos contaram sobre se tornar uma liderança negra”. Ela é uma das importantes vozes brasileiras nos debates de diversidade, equidade e inclusão no mundo corporativo e público. “Fico feliz com a dedicação do setor público nessa pauta, pois o que estamos fazendo aqui hoje é uma revolução silenciosa muito potente”, comemorou.

REDE

O propósito da Rede de Mulheres Negras Líderes no Setor Público é criar vínculos, desenvolver lideranças e fortalecer a atuação em rede para gerar mudança nas políticas públicas e nas condições institucionais, para que mais mulheres negras assumam posições de liderança no setor público e consigam permanecer nos cargos.

Conectadas em rede, as mulheres:

  • Promovem um espaço seguro para que possam compartilhar experiências, desafios e sucesso, fortalecendo sua identidade e autoestima;
  • Desenvolvem capacidade de liderança;
  • Se reconhecem e cultivam o senso de pertencimento ao setor público;
  • Contribuem com o empoderamento, o engajamento e a permanência delas próprias e de outras mulheres em posições de liderança.

Parceria

Ao longo do ano, outras ações também estão previstas na parceria da Enap com a Fundação Lemann:

  • Mais encontros, mentorias coletivas e cursos;
  • Mural de mulheres negras líderes da Rede e conexão com outras redes de altas lideranças no setor público;
  • Curso de curta duração sobre liderança Inclusiva para gestores do serviço público federal (homens e mulheres);
  • Elaboração de diretrizes  orientadoras para inclusão de aspectos interseccionais nas ações de aprendizagem ofertadas para as altas lideranças do serviço público e;
  • Monitoramento e avaliação de impacto da jornada das pessoas formadas.

Karol Ribeiro

Enap